Santana: Francal reúne no Anhembi expositores que apostam na qualidade

Para superar um primeiro semestre estável, sem crescimento, e a queda progressiva nas exportações, as micro e pequenas empresas (MPE) do setor coureiro-calçadista apostam na qualidade e no design para agregar valor ao produto e confirmar as expectativas de crescimento no segundo semestre do ano. A receita foi indicada por empreendedores apoiados pelo Sebrae que participam da 44ª edição da Feira Internacional da Moda em Calçados e Acessórios (Francal), iniciada nesta terça-feira (26) e que segue até domingo (29), em São Paulo.

Os expositores concordam com o otimismo do discurso de abertura de Abdala Jamil Abdala, presidente da Francal. “Acreditamos que conseguiremos reverter um primeiro semestre morno”, declarou. Apesar de reconhecer o início de ano fraco, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, disse que o setor reforçará o papel de gerador de empregos na segunda metade de 2012.

“Ressaltar os aspectos de qualidade e design do produto é muito importante para as micro e pequenas empresas”, destaca Ana Teresa Arruda Rocha, gerente de Negócios do Sindicato das Indústrias de Calçados de Franca (Sindifranca). Na feira, o Espaço Moda Franca reúne 21 empresas da cidade.

“Em Franca, 90% das empresas são pequenos negócios. Por isso, é importante investir na qualidade para agregar valor ao produto e superar a queda das exportações”, completa. O mercado externo representava metade das vendas no começo da década de 90 – hoje, gira em torno de 10%.

Em Novo Hamburgo (RS), a cidade teve que abrir outras frentes para sair da dependência das exportações – que não param de cair. “Investimos no setor a partir da qualificação do processo e do desenvolvimento do design”, contou Isabel Fabiane S. Sudekm, diretora-executiva do Sindicato das Indústrias de Calçados de Novo Hamburgo (Sicnh).

Um programa de qualificação desenvolvido em parceria com o Sebrae reúne 30 empresas da cidade e trabalha questões que vão da gestão ao design. A Universidade Feevale integra o processo de formação. “Oferecemos uma série de cursos técnicos, de graduação e pós-graduação, que apoiam a formação da mão de obra local”, explica Joelma Rejane Maiano, gerente de Marketing da universidade. As MPE representam 80% do setor na cidade.





Diversificação

A diversificação da linha de produtos foi a opção de Peterson Schulenburg, proprietário da Tricouro Bolsas e Artefatos, de Campo Bom (RS), para compensar a queda no desempenho do começo do ano. “Lançamos também sapatos, o que ajudou a manter as vendas no mesmo nível de 2011”, explica o empreendedor. “Acreditamos em um crescimento de 10 a 15% no segundo semestre”, aposta. A produção já está comprometida até setembro e novos pedidos registrados no primeiro dia da Francal, alguns de outros países, serão atendidos a partir de outubro.

Marcelo Frohlich contou com o apoio do Sebrae para estar pela primeira vez na Francal. “Divulgar nossa nova marca de sapato masculino para o mercado foi o objetivo que nos trouxe à feira”, explica o proprietário da TerraFox, de Campo Bom (RS).

Para os fabricantes, as vendas fechadas na Francal representam de três a quatro meses de produção – o equivalente a cerca de 30% do que é comercializado anualmente. A indústria brasileira de calçados é formada por 8,2 mil indústrias, responsáveis pela geração 337,5 mil empregos diretos. Em 2011, foram produzidos 819,1 milhões de pares de calçados, sendo 113 milhões exportados para mais de 100 países. Em valores monetários, o setor produziu R$ 21,8 bilhões e as vendas externas geraram negócios da ordem de US$ 1,3 bilhão.

Os números apontados pelo Relatório Setorial da Indústria de Calçados 2011, produzido pela Abicalçados e Instituto de Estudos e Marketing Industrial, posicionam o setor produtor de calçados como um dos mais relevantes da indústria de transformação no Brasil. A Francal 2012 é realizada no Pavilhão de Exposições do Anhembi, com mil empresas expositoras e expectativa de reunir 60 mil visitantes até o domingo (29).

Fonte: Globo.com





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