Teatro Alfredo Mesquita será reaberto este ano em Santana, após reforma e ampliação

O programa de ampliação e reforma dos equipamentos da rede municipal de Cultura da cidade de São Paulo está transformando o Teatro Alfredo Mesquita. A Secretaria de Infraestrutura Urbana e Obras (Siurb), por intermédio do Departamento de Edificações (Edif), realiza as obras de reforma e ampliação do teatro, que serão concluídas em 2012. Localizado no bairro de Santana, Zona Norte de São Paulo, a unidade terá quase o triplo de área construída após ser entregue à população paulistana.

Com um custo de R$ 4,4 milhões, as obras englobam a execução da estrutura metálica da cobertura e dos mezaninos; o revestimento de massas nas paredes externas e internas; a reforma do piso da platéia; a colocação dos batentes das portas; a fabricação das telhas; e o fechamento das laterais do palco, com isolamento acústico.

Com a conclusão da obra, o teatro passará de 400 m² para 1.109,30 m². A platéia terá capacidade para 198 lugares, incluindo dois assentos para pessoas com mobilidade reduzida, dois assentos para pessoas obesas e mais quatro lugares para cadeirantes.

Além de ter toda a estrutura ampliada e restaurada, a reforma também contempla a reestruturação da rede de drenagem para captação de águas de chuva; a restauração das instalações elétricas e hidráulicas em geral; e a colocação de novos dutos de ar condicionado. Tudo isso proporcionará benefícios e conforto para público e artistas nas prtóximas temporadas do Alfredo Mesquita.

Meio ambiente

Com a existência de inúmeras espécies arbóreas no entorno do teatro, foram necessárias obras de plantio e transplantes de algumas árvores, conforme compensação ambiental aprovada pela Secretaria do Verde e do Meio Ambiente.

Alfredo Mesquita





Alfredo Mesquita (1907-1986) foi diretor e autor teatral, um dos fundadores do Grupo do Teatro Experimental (GTE), que levou à criação do Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), e da Escola de Arte Dramática (EAD), posteriormente incorporada à Universidade de São Paulo (USP). Ele dirigiu a EAD, fundada em 1948, durante 20 anos, quando contribuiu para o surgimento de grandes nomes do teatro paulista e brasileiro, como Juca de Oliveira, Antunes Filho, Aracy Balabanian, Ney Latorraca e outros.

Filho de Júlio de Mesquita, o patriarca dono do jornal O Estado de S.Paulo, entre 1935 e 1937 morou em Paris, onde estudou teatro com Louis Jouvet, no Théâtre de L’Athenée; e com Gaston Baty, no Théâtre de Montparnasse. De volta ao Brasil, em 1941 foi um dos criadores da revista Clima, um veículo para as ideias de vanguarda na literatura e nas artes.

Mesquita escreveu várias peças de teatro, entre as quais Esperança da família (encenada em 1936 por Procópio Ferreira, o grande nome do teatro brasileiro na época), Noite de São Paulo e Casa Assombrada. Em 1942, ele funda a Livraria Jaraguá, que se tornou o local de encontro por excelência dos intelectuais paulistanos. Foi na Livraria Jaraguá que nasceu o Grupo de Teatro Experimental, cuja estréia foi com uma peça francesa, falada em francês, de autoria de Alfred Musset, À quoi rêvent lês jeunes filles.

Posteriormente o grupo encenou outras peças, como À sombra do mal, de Lenormand (1943); Fora da barra, de Sutton Vane (1944); Os pássaros, de Aristófanes (1945); O avarento, de Molière, entre outras.

Na direção da Escola de Arte Dramática, também promoveu a encenação de peças de sua autoria, como Um abrigoMãe e filhaO mal entendidoLuar pela janela, e outras. Até ser incorporada pela Universidade de São Paulo, a EAD funcionou em vários endereços, e tornou-se lenda cultuada pela intelectualidade paulistana a sopa servida por Alfredo Mesquita aos alunos antes das aulas, com produtos que trazia da fazenda dos Mesquita, em Louveira, no interior do estado.

Fonte: Prefeitura de São Paulo





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