ETEC de Santana é alvo de ladrões

Uma onda de assaltos tem assustado os alunos de duas Escolas Técnicas Estaduais (Etecs) localizadas no Parque da Juventude, na zona norte de São Paulo. Funcionários e alunos contam que os ataques ocorrem diariamente. Quase todos à luz do dia.

Segundo a direção da Etec Parque da Juventude, os crimes ocorrem desde 2008, mas a situação agravou-se neste ano. Os professores têm incentivado os alunos a registrarem os episódios.

Os estudantes produziram relatórios indicando que 122 alunos já foram roubados ou ameaçados desde janeiro. “São muitos casos. Já desviamos rotas de saída e também estamos em contato direto com a polícia. Mas é difícil combater”, disse a diretora da Etec Parque da Juventude, Márcia Loduca. “O que precisamos é de uma base fixa da polícia aqui.”

As duas unidades de escolas técnicas – a outra é especializada em artes – ficam no mesmo terreno do parque, ao lado da Biblioteca São Paulo. Os ataques ocorrem no vão entre os prédios. A maioria dos agressores é de adolescentes armados com uma faca. Chegam quase sempre em dois ou três e ameaçam bater nos alunos.

Um estudante do 2.º ano do ensino médio de 15 anos foi assaltado neste mês por dois rapazes. “Estava saindo da aula e dois caras pediram tudo o que eu tinha. Eles ameaçaram me espancar. No fim, só levaram R$ 5 e um isotônico que eu tomava”, disse ele, que seguia para casa na companhia de dois amigos – como também sugere a escola.





A coordenadora pedagógica da Etec, Fernanda Martins Cunha, explica que, por se tratar de uma escola concorrida – há vestibulinho para o ingresso –, os estudantes acabam visados. “Os meninos que assaltam acreditam que nossos alunos são ricos”, afirma Fernanda. Não há muitos registros, por exemplo, de ataques a frequentadores da biblioteca ou mesmo do parque. “Às vezes, eles mapeiam quem está na escola e os seguem até a rua.”

Foi o que aconteceu com um aluno do 3.º ano do ensino médio de 17 anos. Três adolescentes o seguiram depois da aula e o abordaram no caminho para casa. “Estava com um amigo e levaram nossos celulares. Não estavam armados, mas nem reagi. Você não sabe de onde eles são. Podiam me marcar”, afirma. O parque fica bem ao lado do conjunto habitacional Cingapura da Zachi Narchi e, segundo relatos, muitos dos assaltantes correm em direção à comunidade.

Boletim de ocorrência

O aluno foi uma das duas vítimas que procurou 9º Distrito Policial (Carandiru), desde janeiro, para denunciar os assaltos. E teve resultado: duas pessoas foram presas e um celular, recuperado.

“Mandamos policiais para lá quando solicitado, estamos em contato com escola e com o parque. Mas chega pouca coisa para a gente”, afirmou o delegado titular do 9º DP, Calixto Calil Filho.

O 9.º Batalhão da Polícia Militar, responsável pela área, informou que patrulha o ponto dos ataques diariamente.

Fonte: Jornal da Tarde





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