Serra da Cantareira Santana

O Parque Estadual da Serra da Cantareira abraça a Cidade de São Paulo, e proporciona aos amantes da natureza uma região onde se pode ter contato com um dos ecossistemas mais fascinantes do planeta: a Mata Atlântica.

Tudo isso à menos de 20 km do centro de uma das maiores cidades do mundo: A Cidade de São Paulo. Acredite, a capital paulista ainda guarda incríveis surpresas embaixo das verdes copas das árvores.

Serra da Cantareira Santana

O Parque Estadual da Serra da Cantareira possui 7.916,52 hectares, o equivalente a quase 8.000 campos de futebol do tamanho do Morumbi (79 milhões de metros quadrados). Conta com quatro núcleos de visitação para quem quiser descobrir o lado verde da capital paulista: Pedra Grande, Engordador, Águas Claras e Cabuçu.

Serra da Cantareira Santana História

Antigamente, nos séculos XVI e XVII, a região era cortada pelos tropeiros que faziam o comércio entre São Paulo e outras regiões do país, principalmente Minas Gerais e Goiás. Naquela época era costume armazenar água em jarros chamados cântaros, que eram colocados em prateleiras chamadas de “cantareiras”. Por isso a serra recebeu o nome de “Serra da Cantareira”. Com a colonização da região grande parte da floresta nativa foi derrubada para dar lugar a fazendas de café, erva mate e cana de açúcar, que ocuparam por muito tempo o lugar da mata nativa.

No século XIX, com o grande crescimento populacional, a cidade de São Paulo foi afetada por graves problemas com relação ao abastecimento de água. Em 1864 estudos desenvolvidos concluíram que a solução viria da utilização do Ribeirão da Pedra Branca, na região da Serra da Cantareira, por sua proximidade com a cidade e pela excelente qualidade de suas águas.

No final do século XIX, em 1890 o governo da província de São Paulo desapropriou a região da Serra da Cantareira a fim de recuperar a mata e manter preservadas os mananciais de água para garantir o abastecimento da cidade através das represas Engordador, Barrocada e Cabuçu. Assim em 1894 foi iniciada a construção da Casa da Bomba no local onde é hoje o Núcleo Engordador para auxiliar na distribuição de água para São Paulo e em 1907 foram concluídas as obras do Reservatório do Engordador. O sistema de abastecimento iniciou-se em 1909 e fornecia água para abasteceu quase 80% da capital paulista. Após uma explosão a Casa da Bomba foi desativada em 1949.

Após as desapropriações a natureza gradativamente retomou seu lugar e hoje pode-se considerar que a mata já se encontra novamente em seu estado original.

A região da Serra da Cantareira foi instituída como Reserva Florestal em 1963 através do Decreto 41.626 e posteriormente em 1986 grande parte da região foi transformada no Parque Estadual da Serra da Cantareira, Unidade de Conservação que hoje garante a preservação da rica biodiversidade que o local abriga, atualmente um dos mais expressivos remanescentes de mata atlântica que no passado cobria as cadeias montanhosas desde o Nordeste até o Rio Grande do Sul. Em 1994 a região da Serra da Cantareira foi reconhecida pela UNESCO como parte da Reserva da Biosfera do Cinturão Verde da Cidade de São Paulo.

Serra da Cantareira Santana Natureza e Geografia

Possui cobertura vegetal de mata atlântica além de diversidade de fauna e flora, sendo tema de pesquisas e trabalhos acadêmicos. Muitos animais selvagens, característicos da mata, são vistos nas proximidades das luxuosas residências, como: macacos, bichos-preguiças, cobras, veados-mateiros, caxinguelês, quatis, jacus, alguns são raros e ameaçados de extinção, como: a onça parda, o gato do mato pequeno, o sagui da serra escuro e a jaguatirica. Segundo Marcio Port Carvalho, pesquisador científico do Instituto Florestal, na Cantareira estão 45% das espécies de médios e grandes mamíferos de todo o estado de São Paulo e 14% do Brasil.





Abriga cerca de 200 espécies de aves, dentre elas: o tucano-de-bico-verde e o macuco, além de diversas espécies de árvores, como o jacarandá-paulista, cedro-rosa, ipê e araucárias. É uma região montanhosa de serras alongadas que apresenta vales, mirantes, pedreiras, represas, lagos artificiais, rios e riachos. Contém mananciais que produzem 33 mil litros de água por segundo, além de ser a nascente de diversos córregos como o Cabuçu de Baixo. A vegetação é preservada nas áreas de maior altitude e de proteção ambiental. Suas altitudes variam entre 750 a 1 215 metros.

Maior Floresta Urbana do Mundo

É popularmente difundida a ideia de que a Serra da Cantareira, com seus 64 800 ha, possui a maior floresta urbana do mundo. Entretanto, há outras florestas também importantes, como a do Parque Estadual da Pedra Branca (12 500 ha), que apesar de ser menor que a Cantareira, sua área florestal não pertence(assim como não compartilha com) a outras cidades da Grande São Paulo como a ‘Cantareira’ pertence(compartilha), sendo assim o Parque Estadual da Pedra Branca continua sendo a maior floresta urbana do mundo de uma mesma área urbana, ou seja, a própria cidade e município do Rio de Janeiro. Outra causa da redução do parque é o desmatamento provocado pelas invasões de favelas e condomínios no seu entorno por negligência das fronteiras do parque com a área urbana. E também por incêndios tanto causados pela secura da inversão térmica quanto por incêndios criminosos advindo de visitantes que depositam lixo e outros materiais dentro do local, tanto quanto a cadência de balões em épocas festivas que podem destruir centenas de hectares(ha) de mata atlântica dentro do parque podendo comprometer sua estrutura florestal a ponto de dizimá-la em 50 anos a partir do ano corrente de 2011. E o Sanjay Gandhi National Park (10 400 ha), em Mumbai, Índia – ambas de mata nativa. A definição de floresta urbana varia de país para país, motivo que dificulta o estabelecimento de um ranking claro de florestas urbanas, por tamanho.

Serra da Cantareira Santana Atualidade

A Serra sofre atualmente diversos impactos e ameaças como as ocupações irregulares, desmatamentos e despejo ilegal de lixo e entulho. Devido a essas ocupações a região ganha no ano de 2010 o monitoramento por satélite, que mapeia em tempo real os locais em que há suspeita de ocorrência de crimes ambientais. Esse projeto é desenvolvido pela Polícia Ambiental paulistana, sendo completamente digital. Os policiais terão notebooks com todas as informações necessárias para verificar se os locais suspeitos estão regularizados. Para construir uma casa é necessário o licenciamento ambiental que deve ser feito no Departamento Estadual de Proteção de Recursos Naturais (DPRN).

Além do Parque Estadual da Cantareira, há o Parque Estadual do Jaraguá, que se localiza em torno do Pico do Jaraguá, que é considerado o ponto mais alto da cidade de São Paulo. Além de dois novos parques estaduais, equivalentes a área de 35 parques Villa Lobos, que serão destinados à pesquisa e ao ecoturismo.

Há projetos de construção de cinco pequenas usinas hidrelétricas na Serra e adjacências, fato que atemoriza os prefeitos, ambientalistas e agricultores, devido aos possíveis impactos ambientais. Causando uma mobilização contrária ao projeto da Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp). Outras polêmicas foram geradas nos últimos anos, como a autorização legal para a construção da sede de um grupo religioso, um complexo arquitetônico em estilo ítalo-provençal situado num terreno de 96 176 metros quadrados de pastos de um antigo haras e mata nativa  e de um pequeno shopping, localizado a 14 metros de uma área de preservação. Corre sério risco de degradação ambiental, juntamente com o Parque do Horto Florestal, com a construção do Trecho Norte do Rodoanel Mário Covas. Especula-se que a obra viária pode comprometer o Sistema Cantareira, afetando o abastecimento de água da cidade de São Paulo.

Mapa de localização





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